Crime de opinião
A Federação Nacional dos Policiais Federais, o Sindicato dos Policias Federais em Santa Catarina e demais sindicatos filiados vêm a público repudiar a punição imposta ao agente de Polícia Federal Ramenon de Oliveira Freitas, lotado na Delegacia da PF em Joinvile (SC). O delegado-chefe da unidade considerou o colega culpado por ter, em entrevista a uma emissora de televisão, criticado o inquérito policial.
Em pleno século XXI, é de se estranhar que a Polícia Federal imponha a seus servidores punições por delito de opinião. Há mais de 20 anos, policiais federais e suas entidades representativas debatem o IPL. Recente trabalho, elaborado por pesquisadores da UFRJ e de outras universidades, em parceria com a Fenapef, publicado no livro "O inquérito policial no Brasil: uma pesquisa empírica", comprovou na teoria o que os policiais já sabiam na prática: as delegacias foram burocratizadas e o inquérito policial não é eficaz.
Através da portaria 008/2010, publicada em boletim interno de serviço, o Chefe da DPF entendeu que a conduta do policial configurou transgressões disciplinares. Na entrevista, o policial afirmou, entre outras coisas, que a investigação policial é realizada por agentes, e que, muitas vezes, o delegado não participa da investigação, fazendo apenas um “control C, control V” no inquérito.
A crítica feita pelo colega deve ter ferido o ego daquele delegado, que afastou da função, por oito dias, um policial com bons serviços prestados à administração
Num tempo em que dirigentes da PF dizem estar planejando a Polícia Federal do futuro, onde a meritocracia será o passaporte para promoção funcional, a atitude do delegado-chefe da PF em Joinvile é uma espécie de retorno à idade das trevas, quando quem pensava diferente ia para a fogueira dos poderosos. Ou no período mais recente, de triste memória, nos anos de chumbo da ditadura militar no Brasil, quando a censura era institucionalizada, inclusive pela PF.
Num tempo em que dirigentes da PF dizem estar planejando a Polícia Federal do futuro, onde a meritocracia será o passaporte para promoção funcional, a atitude do delegado-chefe da PF em Joinvile é uma espécie de retorno à idade das trevas, quando quem pensava diferente ia para a fogueira dos poderosos. Ou no período mais recente, de triste memória, nos anos de chumbo da ditadura militar no Brasil, quando a censura era institucionalizada, inclusive pela PF.
O Sindicato dos Policiais Federais de Santa Catarina – SINPOFESC, como é de costume, já está tomando todas as medidas necessárias para reverter mais essa barbárie dos "doutos" do DPF.
De sua parte, a Fenapef e seus sindicatos estão à total disposição do colega de Santa Catarina ou de qualquer outro que seja alvo de arbitrariedades de dirigentes de plantão e não medirão esforços para denunciar as perseguições feitas no âmbito da PF.
Fonte: Agência Fenapef
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